Flor do Exilio

Relatos de uma brasileira vivendo em Londres

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Resumo das minhas férias no Brasil

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Churros no exterior tem o recheio servido a parte. Prefiro mil vezes a versão brasileira.

A ida é sempre a mesma coisa. Muito stress pra preparar as malas por medo de esquecer algo crucial. Torcer para que não haja atraso no voo e que as crianças se comportem e durmam no avião. Caos na chegada em Cumbica. Muita alegria ao encontrar meus familiares. Cansaço e calor.

Acabei esquecendo de levar o baby bjorn, que teria sido muito útil nos aeroportos. Meu filho mijou no assento do avião na ida. A nenê fez coco três vezes durante o voo. Fora isso, a viagem correu sem maiores problemas.

Com filhos pequenos não deu pra fazer muita coisa mas fizemos o suficiente. Encontrei familiares e amigos que não via há décadas. Conheci muita gente nova, incluindo aí o novo namorado da minha irmã. Toda vez que vou ao Brasil, visito uma tia da minha mãe muito querida e saio de lá achando que será a última vez que a vejo viva, mas creio que essa vez foi mesmo a última.

O calor também nos deixou um pouco preguiçosos, mas a intenção era de passar o maior tempo possível com o meus familiares e isso foi o melhor de tudo. Eles “reclamaram” que toda vez que a gente vai pra lá eles engordam. Isso porque tem que ter festa quase todo dia, seja na casa de alguém, seja comendo fora.

Dessa vez não fomos viajar pra nenhuma parte. Resolvemos que na próxima vez iremos a praia, quando as crianças vão estar um pouco maiores. Estivemos duas vezes na piscina da casa da minha irmã pra refrescar do calor.

O último dia foi um pouco difícil como sempre pois além do desafio de ter que enfiar tudo em apenas duas malas e duas mochilas sem esquecer nada essencial, foi o dia de dizer adeus a todos. Consegui não chorar dessa vez, mas só de lembrar me dá um nó na garganta.

A viagem de volta foi bem mais tranquila e foi muito bom voltar pra casa e encontrar a primavera em Londres.

O melhor

Família e amigos – não fosse por eles talvez eu nem voltaria mais ao Brasil
Tempo – quando não faz aquele calorzão insuportável e quando não caem aquelas pancadas de chuva de verão, é talvez a melhor coisa do país e que, infelizmente, não dá pra trazer na mala.
Comida – da mãe, frutas frescas, pastel de feira com garapa, pão de queijo, comida japonesa, churrasco rodízio, padaria e a coisa favorita do meu marido: churros com recheio de chocolate!

O pior

Preços – como as pessoas sobrevivem no Brasil?
Pernilongos, mosquitos, formigas, aranhas – somos praticamente devorados vivos toda vez
Calor e umidade – tava calor demais pra nós mesmo sendo Abril. E o povo saindo na rua de casaco…
Poluição, lixo, violência e tráfego – que me afastam cada vez mais desse país

O que melhorou

Parques – dois anos atrás fui ao Villa-Lobos e ao Horto Florestal, dessa vez fui ao Parque da Independência e Aclimação
Cadeirinha para crianças nos carros – finalmente virou lei
Política – sem o Lula, é claro que fica melhor
Economia – o desenvolvimento economico do país é visível

O que continua na mesma

Imprensa – jornais e revistas com pouco conteúdo e muita publicidade
Praça da Sé – sempre que passo lá acho que vou ser assaltada a qualquer momento
Cumbica – o maior aeroporto do Brasil é ridículo
Corrupção política – é o que atrasa o desenvolvimento social do país

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11/05/2011 at 3:26 pm

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Meu livrinho vermelho chegou finalmente!

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Foi entregue hoje aqui em casa pelo courier, encerrando uma jornada de muita papelada, espera, dinheiro, entrevistas, documentos, fotos, cerimonias, enfim, muita burocracia. Será tão mais prático entrar e sair desse país sem as mesmas perguntas, cartas, vistos, cartão de imigração, fila de não-EU residente etc que agora não vejo a hora de estreá-lo no final do ano quando vou passar o final do ano na Itália.

Agora vou poder até votar aqui, o que me lembra que terei que votar para Presidente do Brasil nas eleicoes do mês que vem. Ouvi dizer que a Dilma vai levar no primeiro turno, como pode uma coisa dessa?

Enfim, chega de esnobar, prometo que é a última vez que falo sobre esse assunto aqui no blog. Por não ter feito muita coisa interessante ultimamente, ando com pouca inspiração. Se alguém quiser que eu escreva sobre algo em particular, é só deixar a sugestão.

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05/09/2010 at 12:01 am

Butlins – Bognor Regis, Sussex

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O Skyline Pavillion, marca registrada do Butlins

Como prometido no Twitter, preciso contar como foram minhas últimas férias no mês passado. Como estou grávida, não quis saber de viajar de avião, então pesquisamos pacotes turísticos aqui mesmo na Inglaterra. A idéia era encontrar um lugar na costa, não muito longe de Londres, não muito caro e com muita atividade voltada para crianças pequenas.

Lembrei de uma pessoa que conheci nos meus primeiros anos de Londres quando trabalhava para agências de emprego, Lorraine, cujo nome eu só lembro por causa do quiche Lorraine (queijo e bacon). Ela estava super contente pois estava indo passar férias no Butlins com a turma do trabalho onde eles tinham reservado um tipo de apartamento que iriam dividir. Olhando pelo catálogo que ela me mostrou, achei diferente do tipo de férias que eu estava acostumada e achei estranho alguém querer passar férias com os colegas de trabalho ao invés da família. Depois do episódio, cheguei a ver vários anúncios publicitários do Butlins sem saber que um dia chegaria a ir conferir do que se tratava. Fiz muita pesquisa e descobri que há os que amam e os que odeiam Butlins. Resolvi arriscar pois li muitas recomendações para famílias com crianças pequenas.

Reservei um apartamento com dois quartos, sala, cozinha e banheiro no complexo de Bognor Regis ao sul da Inglaterra, pouco mais de duas horas de carro. O pacote não custou muito em se tratando de férias na Inglaterra: £333/R$900 para estadia de segunda a sexta-feira. Carregamos o carro com muita comida enlatada, bebida, macarrão, cereais, lanches, uma mala lotada de roupas e partimos as onze da manhã deixando a chave do apartamento com o pedreiro que iria ficar pra reformar o banheiro do nosso apartamento. Paramos na metade do caminho para almoçar em um Burger King à beira da estrada e chegamos lá as duas da tarde.

Fomos explorar as dependências e gostamos muito do que vimos: muitos restaurantes, lojas, brinquedos, entretenimento e muita gente chegando ao mesmo tempo que nós. Fizemos o check-in e às quatro horas da tarde fomos procurar o nosso apartamento o que levou um bom tempo pra achar. Tudo muito simples e funcional, embora precisando de uma reforminha, mas nos ajeitamos e saímos pra continuar a explorar o restante do resort.

Estabelecemos uma rotina de acordar, tomar café-da-manhã e ir pro complexo aquático que era excelente: limpo, coberto, imenso e com atrações variadas para os pequenos e grandes também. Uma delícia! Voltávamos para o apartamento pra almoçar e saíamos à tarde para levar meu filho pro parquinho de diversões. Retornávamos novamente para o apartamento para um lanche e saíamos de novo para assistir a algum show infantil antes de voltar para o apartamento pra jantar e dormir.

Não chegamos a ir dar uma olhada na cidade de Bognor Regis pois tinha tanta coisa pra fazer dentro do resort. Mas fiz questão de ir dar uma olhada na praia. Estava o maior sol, tinha calçadão, mas não tinha quase ninguém, apenas alguns gatos pingados. Fiquei tentando entender o motivo: talvez por ser dia da semana, ou porque a praia era de pedrinha e não de areia, ou provavelmente porque a maioria dos turistas que vão à Bognor Regis ficam no Butlins que já tem o complexo aquático e que é mais interessante do que a praia.

Tivemos muita sorte com o tempo pois não caiu um pingo de gota e teve sol todo dia. Achamos que quatro dias (segunda a sexta) foram mais do que suficientes, tendo um final de semana antes para preparação e outro depois para se recuperação antes de retornar ao trabalho na segunda. Como trouxemos a nossa comida, não tivemos muitos gastos. Não pagamos por nenhuma das atrações extras. Comemos fora apenas na última noite na pizzaria Papa John’s, preço único e self-service: barato e pizza decente, estilo americano. Na sexta-feira, fizemos o check-out de manhã, carregamos o carro e fomos na piscina pela última vez antes de partir na hora do almoço. Paramos novamente para almoçar no mesmo Burger King no meio do caminho e chegamos em Londres à tarde. Encontrei meu apartamento com o banheiro inacabado e tudo completamente coberto de poeira e queria dar meia volta, mas concluí que minhas férias tinham acabado naquele momento.

Recomendo Butlins para famílias com crianças pequenas pois não há custos extras. Eles tem pacotes para adultos também, mas não sei como é. Também não posso recomendar Bognor Regis que só vi de passagem. Gostei da experiência e no próximo verão quero ir conhecer um outro lugar do mesmo tipo que me disseram que é melhor (e mais caro) chamado Center Parcs.

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18/07/2010 at 11:28 pm

Centésimo post!

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Mesmo com tanta coisa que eu gostaria de escrever sobre a minha vida e as coisas daqui de Londres, tem sobrado tão pouco tempo ultimamente que o fato de esse ser o centésimo post desse blog em menos de dois anos é uma marca inacreditável ao meu ver. Eu costumo seguir firme nas maiorias das empreitadas que eu embarco nessa vida e por enquanto não tem sido diferente nesse blog: mal das pernas mas sempre avante!

Quando comecei o blog em agosto de 2008, não tinha idéia de que rumo iria tomar e na verdade ainda não tenho, vou escrevendo sobre o que rola e o que dá na telha. Por incrível que pareça, são mais de 15 mil cliques que o blog recebeu até hoje mesmo sem que eu tenha feito qualquer publicidade. O blog tem exatamente o mesmo layout sem graça desde que foi concebido. Nem a minha própria família sabe da existência desse blog!

O motivo de eu permanecer anonima não tem nenhuma explicação. Simplesmente não quero que ninguém saiba quem eu sou e pronto. Talvez esteja registrando aqui fatos e experiências que gostaria de recordar no futuro. As vezes penso que deveria ter começado esse blog quando cheguei em Londres. O último diário que escrevi na vida foi quando era garota e este terminou abruptamente quando foi parar nas mãos da minha mãe que ficou furiosa ao saber das coisas que eu andava aprontando, depois disso fiquei meio que traumatizada com a idéia de diário. Hoje, casada e mãe de família, já não apronto mais, mesmo assim gosto de manter a minha privacidade.

Gostaria muito de poder ajudar as pessoas que estão pensando em vir pra Inglaterra aqui nesse blog, mas depois de tantos anos aqui estou por fora e perdi meus contatos. A realidade é outra, muita coisa mudou desde que cheguei. Não tenho nada a oferecer quando muitos que me escrevem perguntam coisas básicas, cada indivíduo vai fazer uma viagem completamente única e não serão algumas palavras que vão fazer qualquer diferença. Resta me apenas escrever sobre o que eu acho interessante divulgar aqui na medida do possível.

Espero um dia chegar ao milésimo post, esse sim vai merecer um destaque maior do que este miserável centésimo. Aos que visitam o blog, agradeço o interesse de coração pois sinceramente achava que ninguém iria se interessar pelo que eu tinha pra contar.

Written by flordoexilio

11/07/2010 at 1:35 am

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Cidadania Britânica

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Chegou na quinta-feira passada o dia que deveria ser um dos mais importantes desde que pisei neste país. No papel, certamente foi, mas no sentimento foi como um dia qualquer, exceto pelo fato de ter tirado a tarde de folga do trabalho para comparecer ao prédio onde aconteceria a cerimonia para a obtenção da minha cidadania britânica.

Cheguei com mais de meia hora de antecedência como solicitado, mas teria economizado uma hora de estacionamento se tivesse chegado cinco minutos antes do início. No total eram mais ou menos vinte pessoas, sendo que eu era uma das poucas que não tinha trazido nenhum acompanhante ou convidado. Depois que todo mundo se apresentou com os documentos, fomos encaminhados para uma sala e fui colocada na primeira fileira, talvez por estar sozinha ou por estar grávida.

A mesma mulher que checou os documentos deu iniciou a cerimonia e apresentou uma autoridade, um político da localidade, que fez um breve discurso. Aí foi a hora do juramento que foi dividido em dois grupos: religioso e não religioso. Sorte que foi feito em grupo e não individualmente, logo foi tudo muito rápido, só tinha que repetir as palavras que eram faladas ou ler o folheto dado de antemão. O próximo passo foi a assinatura no livro e recebimento do certificado e da medalhinha com direito a foto. Essa parte demorou um pouco pois os convidados eram chamados para tirar foto. Ao fim, tocaram o hino britânico “God Save The Queen” que todos cantaram para o encerramento da cerimonia. Foram apenas quarenta e cinco minutos no total, nada mal.

Cada foto sairia £10 cada, o que logicamente não fiz nenhuma questão de comprar, mas uma longa fila se formou e parece que fui a única que não quis guardar uma recordação daquele momento (daí a ausência de foto nesse post). Sem convidados e sem foto! Eu já tinha o papel necessário e era apenas aquilo o que me interessava. Tomei um copo de suco, catei um flapjack e saí de fininho. Fui pra casa e já dei entrada com o pedido para obtenção do passaporte britânico pela Internet.

Se agora me sinto mais britânica? Se de alma sempre serei brasileira, sinto que já nasci parcialmente britânica e destinada a vir morar nesse país com o qual me identifico mais do que com o próprio país onde nasci e cresci. Hoje tenho o privilégio de ser cidadã de dois países maravilhosos. Depois de dez anos, finalmente acabou a burocracia pra entrar e sair desse país, renovar vistos e posso inclusive votar nas próximas eleições. Se vou viver aqui pra sempre, só Deus sabe.

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05/07/2010 at 10:37 pm

A primavera em Londres

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Os esquilos dão o ar da graça nos parques de Londres na primavera

Há dez anos atrás eu estava desembarcando no aeroporto de Gatwick de um voo da TAP vindo de Lisboa onde tinha feito a conexão vinda de São Paulo. Peguei um trem em direção a Victoria Station mas acabei desembarcando sem querer em Balham ao sul de Londres seguindo a multidão. Para minha sorte, o lugar onde eu ia ficar era ali perto em Clapham Common.
O tempo estava bem feio, tipicamente londrino com frio, céu nublado e ameaças de chuva. Mas eu não estava nem aí, minha cabeça girava a milhão imaginando o que esperar desse país onde tinha acabado de aterrissar, sem sequer imaginar que minha estadia planejada para três meses iria se tornar permanente e que depois de dez anos eu ainda estaria por aqui.
A primavera é a minha estação preferida pois me lembra de Londres quando cheguei. Quem vem nessa época não sofrerá o choque térmico do inverno e, se permanecer por alguns meses, terá a oportunidade de conferir a cidade no verão quando ocorrem mil e um eventos em toda parte. Os parques começam a ver seus canteiros de flores desabrocharem, as folhagens reaparecem nos galhos das árvores e o sorriso volta até mesmo na face das pessoas mais carrancudas. As cores preto, cinza e marrom dão lugar ao colorido nas estampas das roupas e o sol brilha até cada vez mais tarde. No ar, o perfume das flores duela com o odor forte do suor das pessoas que piora quando a temperatura aumenta. Bares e restaurantes colocam mesas na calçada e os pubs lotam ao final do expediente com tanta gente saboreando a merecida pint do lado de fora.
Além da Páscoa, há mais dois feriados no mês de Maio, o que torna essa estação ainda mais atraente. O povo tenta aproveitar ao máximo quando as famosas heatwaves (ondas de calor) aparecem pois geralmente elas não duram muito tempo. Famílias e amigos se reúnem em torno de um BBQ (churrasco) ou vão ao parque, enquanto quem pode estica até a praia.
Eu tenho muitos planos de passeio para esse ano que vocês poderão acompanhar daqui pra frente aqui no blog.

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23/05/2010 at 9:07 pm

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O novo passaporte brasileiro azul

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Resolvemos viajar em Fevereiro, logo tive que renovar o meu passaporte que iria vencer em Abril. Em geral, passaportes precisam ser válidos por ao menos seis meses antes de qualquer viagem internacional ou corre-se o risco de não te deixarem embarcar no aeroporto ou passar pela imigração do país a ser visitado.

Fui ao Consulado do Brasil em Londres ontem de manhã e, ao contrário da última vez que estive ali como relatei aqui, havia um certo caos logo na entrada. Peguei a senha e tive que entrar numa fila que servia apenas para checar se os documentos estavam em ordem. Tava tudo certinho, então resolvi voltar para o trabalho e retornei ali na hora do almoço quando o meu número ainda não tinha sido chamado no painel. Após matar o tempo lendo algumas revistas brasileiras, dei de cara com um ex-professor de inglês que não via há anos. Ele estava indo ao Brasil a trabalho e precisava tirar o visto. Ficamos batendo o maior papo até que chamaram meu número no painel. Demorou ao menos uns quinze minutos para o rapaz colocar toda documentação em ordem (certidão de nascimento ou casamento, título de eleitor com comprovantes, formulário preenchido na internet, foto e o postal order de £64), incluindo escanear o meu polegar e indicador das duas mãos. Daí tive que esperar mais ou meno meia hora até o passaporte ficar pronto. Foram em torno de três horas do começo ao fim, o que na verdade não é ruim se pensar que saí de lá no mesmo dia com o passaporte na mão. Sorte minha também que trabalho próximo do consulado e ninguém percebeu a minha ausência prolongada no escritório.

O passaporte brasileiro agora se parece mais com o passaporte europeu e a cor azul escura é mais bonita do que o verde musgo do anterior. O único problema é o cheiro estranho. Estou deixando-o arejar lá em casa pra ver se sai o fedor. Meu visto permanente está no meu passaporte anterior então ainda não consegui me livrar do verdinho de vez, vou ter que continuar usando até sair meu passaporte vermelhinho…

Written by flordoexilio

22/01/2010 at 11:03 pm

Life in the UK test

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Os livros oficiais de preparação para o exame

Sábado fui prestar o exame necessário para a obtenção do passaporte britânico. Liguei no sábado anterior no centro de exames mais próximo para saber quando havia disponibilidade e acabei marcando para esse último final de semana. Era apenas necessário trazer documento de identidade (usei minha licença de motorista) e a taxa de £33.00 em dinheiro. Logo, passei a semana passada inteira mergulhada em dois livros que peguei emprestado na biblioteca e fazendo simulados na internet. É preciso ler um texto que fala sobre fatos da sociedade britânica tais como população, governo, religião, costumes e história. Não é muita coisa mas há várias pegadinhas logo é preciso decorar muita coisa para o exame, sendo que hoje, após dois dias, já esqueci quase tudo. Há muitos fatos interessantes, tais como a formação étnica do Reino Unido ou sobre os povos que migraram para cá no passado, mas há também muita coisa irrelevante tais como detalhes a respeito do País de Gales ou Irlanda do Norte.

O prédio era de uma empresa que oferece cursos diversos. Cheguei meia hora antes do horário como solicitado, fiz o registro, paguei a taxa e me mandaram aguardar. Haviam mais ou menos doze pessoas fazendo o teste comigo. Quando enfim conseguiram registrar todo mundo, fomos encaminhados para uma salinha cheia de computadores. Pude optar por fazer uma simulação com quatro perguntas e depois disso começou o teste pra valer. São 24 perguntas e para passar é necessário acertar 18 delas. O teste é todo na base do click, não é necessário escrever nada. Parte das questões são do tipo verdadeiro ou falso, outras são múltipla escolha e nas restantes é preciso assinalar duas frases corretas entre quatro alternativas. O teste deve ser completado em 45 minutos. Terminei o teste com 38 minutos de sobra e me mandaram aguardar na outra sala. A maior parte das pessoas terminou o teste em menos de quinze minutos. Fui a última do grupo a ser chamada, mas felizmente passei. Ufa, que alívio, tirei um peso dos ombros. Agora preciso imprimir e completar o formulário a ser enviado para o Home Office.

A saga continua. Escrevo mais a respeito quando receber o meu livrinho vermelho.

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11/12/2009 at 4:20 pm

O fim do verão?

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Voltei de férias da Itália na segunda-feira 31 de Agosto, feriado na Inglaterra, e encontrei o sol brilhando e um calor agradável. Beleza, pensei, ainda é verão por aqui.

De volta ao trabalho na terça, o quadro mudou: dia nublado com chuvas esparsas. Quarta-feira: dia nublado e chuvoso. Ontem, dia nublado com chuvas e vento. Hoje, sol com vento frio. Na rua, gente com casaco e cachecol. Estamos em Setembro e ainda é verão em teoria, mas o outono já está dando as caras.

Por um lado é um pouco deprimente pensar que o verão está acabando. Agora tem que voltar a levar o guarda-chuva na bolsa e colocar um casaco sempre ao sair para o trabalho de manhã. Se fizer algum dia de calor ou se tivermos um “Indian Summer” como dizem aqui quando o verão se arrasta além de Agosto, já estaremos no lucro. O pior mesmo é o prospecto de não termos mais nenhum feriado até o Natal, como vocês podem reparar nesse quadro – e ao mesmo tempo agradecer às dezenas de feriados no Brasil:

Public Holidays in England and Wales in 2009:

New Year’s Day January 1
Good Friday April 10
Easter Monday April 13
Early May Bank Holiday May 4
Spring Bank Holiday May 25
Summer Bank Holiday August 31
Christmas Day December 25
Boxing Day Holiday December 28

A previsão para o verão de 2009 era de calor escaldante, com muito “barbeque weather”, como se diz do calor propício a um churrasco no quintal com a família e amigos. As “heatwaves” (ondas de calor) começaram cedo em Abril, mas o calorão não chegou a se materializar. Em meio a previsões furadas, olhando pra trás, tivemos um verão ameno e razoável e sem tantas chuvas como no ano passado. Em se tratando de Inglaterra, foi relativamente de bom tamanho.

Agora é esperar as folhas das árvores começarem a cair e o dia terminar mais cedo. Hora de trocar o edredon leve pelo grosso (faz tão pouco tempo que troquei o grosso pelo leve!), trocar as roupas de verão do armário pelas de inverno e começar a se preparar pra chegada do inverno e das festas natalinas.

Written by flordoexilio

04/09/2009 at 11:12 am

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Holidays

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Esse blog estará de férias até o final de Abril.

Boa Páscoa a todos.

Flor

Written by flordoexilio

24/03/2009 at 1:03 pm

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